sábado, 22 de fevereiro de 2014

Moda baiana

Estilistas e empresários fomentam o quarto setor da Bahia e buscam apresentar a cultura e a diversidade do estado

Nem só de carnaval, acarajé e praia vive a Bahia. O alcance internacional do mercado de moda baiana é pouco divulgado, mas estilistas – de pequenas e grandes empresas – exportam vestuário para diversas partes do mundo. O quarto setor da economia baiana vem ganhando reconhecimento. “Hoje o que se quer ver é a cultura, a diversidade, a cara brasileira. O mercado pede criatividade”, afirma a designer têxtil Goya Lopes que, há 25 anos, cria tecidos inspirados nas raízes  afro-brasileiras. O destaque fica por conta das microempresas que representam 59,3% do setor, com 402 empreendimentos, gerando 1.679 empregos. 
 
Há três anos, o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Salvador e Feira de Santana (Sindivest), com o apoio do SENAI, SENAC e Sebrae, realiza o Bahia Moda Design, evento de fomento do setor. Além de desfiles, há exposições de negócios, palestras, exposições e oficinas. “Na área da moda, estamos desenvolvendo uma série de ações, capacitando nossa equipe técnica, melhorando nossa infraestrutura, ofertando novos programas de qualificação profissional. Enfim, são muitos esforços para fortalecer o setor”, explica a gerente geral do Centro Tecnológico do SENAI, Patrícia Evangelista.
 
| Afrobaianidade
 
Najara Black, estilista baiana, está entre as empresárias de moda da Bahia e promove o reencontro entre Bahia e África. A nova coleção da grife N Black, chamada Afrobaianidade, buscou os principais elementos estéticos na herança africana do período colonial e é uma proposta inovadora, que promete fazer a cabeça das baianas neste verão. Para criar a coleção, Najara usou como referência as obras do artista plástico Rubem Valentim e o estilo Barroco cheio de africanismo e afroconcretismo. A moda, afinal, permite que a história seja redesenhada e interpretada de diversas maneiras.
 
A coleção Afrobaianidade traz peças leves, multicoloridas – evidenciando o azul, o amarelo, o verde, o vermelho, o preto e, claro, muito branco – e modelagens amplas. O plus size está em alta na coleção da N Black, evidenciando ousadia, originalidade, estilo e contemporaneidade e trazendo para o verão o mais belo da cultura afro-brasileira. 
 
| A grife 
 
A N Black nasceu em 2005 com o objetivo de elevar a autoestima de afrodescendentes e pessoas que se identificam com a cultura africana. É uma grife despojada e inovadora, que traz muito estilo sem abrir mão do conforto. Além das coleções para adultos, a marca conta ainda com uma linha infantil, chamada Clubinho N Black.  A N Black é composta por Najara Black e Johnis Black (sócios-proprietários) que, junto à sua equipe, vêm se sobressaindo no mercado pela originalidade e criatividade das peças que criam.

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