segunda-feira, 17 de março de 2014

Ranking das melhores equipes do mundo causa polêmica entre brasileiros


Lista da IFFHS exalta Galo e Flamengo, mas ignora título brasileiro do Cruzeiro


A Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS, na sigla em inglês), divulga todos os meses uma listagem com os melhores clubes do mundo e que causa muita controvérsia, principalmente por conta das posições ocupadas por times brasileiros.

No último ranking, divulgado em 28 de fevereiro, o Corinthians aparece na quarta posição, logo à frente do Barcelona. No entanto, a equipe paulista vê o Chelsea liderar o pelotão – justamente o rival derrotado por ele na decisão do Mundial de Clubes da Fifa em dezembro. Também causa estranheza ver o Basel, da Suíça, em 13º, melhor posicionado do que Paris Saint-Germain (18º), Manchester United (19º) e Milan (40º).

Por mais surreal que pareça, há uma lógica que explica como casos assim podem acontecer. Tudo passa pelos critérios adotados pela IFFHS para elaborar seu ranking mensal, que atribui pontos a cada vitória ou empate obtidos em competições nacionais e internacionais. Cada país também recebe um peso de acordo com a dificuldade de sua liga, como está explicado na tabela abaixo. Para o órgão, por exemplo, ganhar a final da Liga dos Campeões dá os mesmos 14 pontos do que uma vitória na fase preliminar da Libertadores.Para acabar com esta concorrência desleal entre clubes do Brasil e da Europa, o representante da IFFHS fez algumas sugestões. “O Brasil era o único país no qual os clubes participantes na Libertadores não disputavam a Copa nacional. Em nenhum país do mundo há torneios estaduais, e nós não os levamos em consideração. Os clubes grandes deveriam jogar estes torneios com equipes sub-23. Na Inglaterra, as principais equipes disputam a Copa da Liga, que é outra competição que não entra em nossos critérios de avaliação, sem seus principais jogadores”, comparou Pöge.

Outra alternativa, de acordo com Pöge, seria uma reforma no calendário nacional. Ele joga ainda mais combustível na discussão se os estaduais deveriam ser mantidos ou não. “O Brasil deveria começar seu campeonato nacional em fevereiro, paralelo à disputa da Libertadores. Isto daria aos clubes melhores resultados internacionais e maior constância”, analisou.

O representante da IFFHS reconhece a polêmica em torno do ranking da entidade, mas defendeu os critérios utilizados por ela. “É melhor analisar as razões pelas quais os times não estão em posições melhores do que pensar que algum critério está errado. Também é necessário um pensamento lógico, e não superficial, para discutir. Há mais de 20 anos o ranking é aceito mundialmente, tanto pelas ligas como pela maioria dos clubes e jornalistas”, completou Pöge. Prepare os argumentos, pois mais 

“Não damos pontos de bonificação pela conquista de títulos, mas apenas levamos em consideração os resultados individuais de cada clube nos últimos 12 meses. No Brasil, antes de ser disputado o Campeonato Brasileiro e as oitavas de final da Copa do Brasil, outros países já estão com campeonatos em andamento”, afirmou Alfredo Pöge, fundador e responsável pela documentação histórica da IFFHS.

De acordo com os critérios para a elaboração de seu ranking mundial de clubes, a entidade só leva em consideração partidas de torneios de âmbito nacional e continental reconhecidos pela Fifa. Ou seja: de nada adianta um time brasileiro fazer uma campanha irrepreensível dentro do seu campeonato estadual ou regional. Essas competições estão fora dos parâmetros analisados pela IFFHS.

Usando o Corinthians como exemplo, fica mais fácil entender como os times brasileiros saem ‘prejudicados’ neste início de ano. Pelos critérios adotados pela IFFHS, o Corinthians tem apenas três partidas ‘legítimas’ disputadas neste ano, todas pela Libertadores. Em compensação, o Chelsea já jogou nove vezes pelo Campeonato Inglês, três pela Liga Europa e duas pela Copa da Inglaterra. Vale lembrar que a entidade só considera as quatro últimas fases da principal Copa de cada país. A distribuição de pontos, neste caso, é a seguinte 12 (para times de países do grupo 4), 8 (grupo 3), 5 (grupo 2) e 2,5 (grupo 1).

Como os campeonatos estaduais tomam conta dos primeiros meses do calendário brasileiro, eles aparecem como ‘vilões’ no levantamento da IFFHS. Isso explica como o Corinthians, apesar da conquista do título mundial, perde terreno ao concorrer com times europeus neste trimestre inicial. Com mais jogos ‘válidos’, a equipe londrina teve chances suficientes para compensar o segundo lugar no Mundial de Clubes da Fifa.discussões intermináveis virão.











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